Quanto custa ter um filho no Brasil?

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Quem nunca se perguntou quanto custa ter um filho no Brasil? Infelizmente, a resposta para essa pergunta é bastante assustadora. Embora o tamanho da despesa varie conforme a classe econômica e localidade da família, ela ultrapassa R$ 2 milhões em alguns casos. Em famílias da classe C, os custos podem superar R$ 400 mil. Todavia, para quem vive em metrópoles como São Paulo, essa conta pode chegar a R$ 1 milhão devido o elevado custo de vida.  Na classe B, o valor parte de R$ 900 mil e pode atingir os já mencionados R$ 2 milhões. Quando saímos da classe média, esse patamar é facilmente superado. A análise considera o período desde o nascimento até os 24 anos, que é quando a maioria dos jovens se forma. Esses cálculos foram feitos pela professora e coordenadora do curso de Economia no Insper, Juliana Inhasz, e pelo professor de finanças e coordenador do curso de Administração no Ibmec SP, Cristiano de Souza Corrêa. Em sua pesquisa, a dupla utilizou dados do IBGE.

Quanto custa ter um filho ao longo dos anos?

Esses valores meteóricos têm razão de ser. O rendimento mensal da classe C considera a faixa de R$ 4 mil a R$ 11 mil. A classe B, por sua vez, está entre os R$ 11 mil e R$ 22 mil mensais. Naturalmente, quanto maiores forem os rendimentos, maiores serão as despesas. “Nessa conta, levamos em consideração o planejamento do filho, que pode envolver uma eventual mudança para um local maior, a compra de mobiliários, e o pré-natal”, explica Corrêa. “Outros custos bem altos são a saúde e o lazer”, acrescenta. Segundo o professor, as despesas educacionais estão no topo da lista, já que 90% da classe média coloca filhos em escolas privadas. Isso começa a partir dos três anos e termina na faculdade. Em razão disso, a categoria pode representar até 40% do gasto total. Juliana Inhasz pondera que, nas regiões metropolitanas, existe uma maior competição por serviços públicos ou mais baratos. Então, colocar um filho em uma escola pública é mais trabalhoso do que no interior.

Os custos mudam conforme a idade

À primeira vista, você pode pensar que esses milhares — ou milhões — de reais são distribuídos igualmente no decorrer dos 24 anos. Isso, contudo, não é verdade. A dupla descobriu que os períodos mais caros são o final da infância e o início da adolescência. Os motivos, inclusive, são bastante curiosos. Nessas etapas, os filhos apresentam mais autonomia e, portanto, gostos e interesses mais amplos. Consequentemente, os custos também aumentam. É também nessa fase que algumas despesas adicionais surgem, como aparelhos ortodônticos, tratamentos de pele e outras especificidades médicas. O cenário fica mais otimista a partir dos 16 anos. Parte da população ingressa em programas como Jovem Aprendiz e, então, contribui com a renda familiar. Como resultado, os gastos dos pais caem progressivamente. Esse raciocínio, todavia, parte do pressuposto de que o ensino superior será gratuito ou que o filho contará com alguma bolsa de estudos durante a faculdade. Em contrapartida, se o ensino for particular, esses últimos anos podem custar mais do que R$ 100 mil.
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A resposta para a pergunta “Quanto custa ter um filho?” depende inúmeros fatores (Imagem: Kelly Sikkeman via Unsplash)

Quanto mais filhos, maior será a despesa

Até o momento, estamos falando do impacto financeiro causado por apenas um filho. Quanto maior o ninho, maior também será o investimento dos pais. Mas, se você começou a fazer multiplicações mentais, não pense que é tão simples. Quando pensamos quanto custa ter um filho novamente, é importante lembrar que a estrutura fundamental já está lá. Foi na primeira gravidez ou adoção que os pais implementaram as maiores mudanças na sua vida pessoal e financeira. Além disso, com mais crianças, é possível negociar valores mais atrativos na escola, nos cursos de idiomas e por aí vai. O material escolar e outros itens, como roupas e brinquedos, podem ser reaproveitados. E precisamos lembrar que pais de primeira viagem cometem certos excessos. Com mais filhos vêm também mais experiência.

A importância do planejamento familiar

Já sabemos que ter filhos não é nada barato. Os números denunciam que a decisão de aumentar a família pode transformar completamente a vida financeira da família. Portanto, não há dúvidas: é indispensável fazer um planejamento familiar. As pessoas reconhecem o perigo de grandes despesas, mas subestimam gastos menores e rotineiros. Não à toa, muitos se planejam por anos para comprar um carro ou uma casa. Em contrapartida, é comum ignorar o impacto a médio e longo prazo de se ter filhos. Há quem considere os custos com a gravidez e os primeiros anos. Poucos vão além disso. Mas, como em qualquer decisão importante, planejar é necessário. Em outra oportunidade, ensinamos como fazer um planejamento financeiro eficaz e como criar uma reserva de emergência, outra ação fundamental quando se tem filhos na equação. Se você gostou deste conteúdo, te convidamos a acompanhar as demais postagens do blog e assinar a nossa newsletter financeira (é 100% gratuita)! Vamos cuidar das suas finanças juntos? 🙂  
Conselheiro de empresas, mentor, empreendedor e investidor serial apaixonado por scale-ups e venture capital. Palestrante em diversas iniciativas do ecossistema brasileiro de inovação e empreendedorismo.